14 de março de 2007

Via Láctea!...

O secreto encantamento da dor
Canção da madrugada lenta
Que nos faz mais fortes
Cada emoção tem um eco
Cada eco é um lamento
Mas nós somos loucos
De loucura se vive
Cada momento gera uma saudade
Os melhores momentos
Controlando a loucura
Suscitam dependência
Ricos em sonhos, em medos, em fraquezas
Somos puros de sentimento
Inocentes crianças
Trocando impressões
Pegadas de conhecimento
Somos o que somos
Independentemente daquilo que queremos ser
Vivemos como vivemos
Dependentemente do espaço que nos dão
Acreditamos que podemos mudar o mundo
Só porque ele é redondo
Sofremos as nossas dores e as dos que nos rodeiam
Só porque a Natureza nos fez assim
Sem remorsos vivemos pelo universo
Uns filhos da terra outros do mundo
Uns na berma da estrada outros no centro
Atalhando sentimentos
Caminhamos sem rumo
Porque ninguém nos disse que a estrada tinha fim
Porque ninguém nos tentou travar a caminhada
Porque as pedras em que tropeçamos nos atiram sempre para a frente
Caminhando curvados/direitos/a pé junto, até mesmo aos saltos
Tropeçando nos que vendem mapas na berma da estrada
Atalhando sentimentos
Caminhamos sem rumo
Umas vezes voamos outras dançamos
Trocamos sorrisos de infelicidade
Pintamos quadros de ilusão
Adormecemos enroscados nas partes que nos sobram
Beija-nos a madrugada
Desperta-nos a solidão da caminhada
Erguemos a cabeça e voamos
Vamos longe ou perto - quem sabe?
Tropeçando e fazendo outros tropeçar
Umas vezes somos o tolo que tropeça
Outras somos a pedra que faz alguém tropeçar
Mas nunca decidimos de que lado vamos estar
Alguns já cansados rastejam na estrada
Feitos pó antes do sol se pôr
Aqueles que não foram hoje
Vão amanhã ou depois
Não importa quando
Eles também vão ser poeira de estrada
Para receberem os mapas que venderão no futuro
Àqueles que vão iniciar tropegamente o percurso
Os vendedores de mapas
Sabem bem que a estrada não começa porque não tem fim.

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