Porque na pele que trago vestida não há espaço para ferir, nem tempo para sarar!
As cicatrizes de outrora ocupam o espelho do que há-de vir...
Porque acreditei que podia deixar de sentir e deixei...
Sentir o quê?
O salgado do sal nas lágrimas que sempre vieram pela porta estreita em que vos deixei entrar...
Não sou o que fui, muito menos o que pensei vir a ser...
Sou do mundo, do ar que respiro, distante das pessoas... não sei que é dos mil laços invisíveis que nos impedem de viver isolados!
Sou aquilo que sou!
Sinto-me como a água que corre nos rios em direcção ao mar...
Como o sol que nasce todas as manhãs e a lua que nelas se deita!
Capaz de acordar e adormecer sem pensar...
Pertenço a um mundo só meu, onde fechei a porta da rua com muitas chaves para que mais ninguém fosse capaz de lá entrar...
Vivo isolada ...
Sou eu...
Sou eu...
Apenas mais um animal desregrado que pensa quando devia sentir e que sente quando devia pensar!?
nas pedras que me sustentam quando o corpo já cansado procura amparo
na calçada das ruas por onde vagueio,
no pálido sol que ainda me ilumina
Sou de todos mas de ninguém.
Porque não sei ser
Apenas nada...
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