Eu não quero voar. Se voasse para onde iria? Se voasse... às tantas ia aí ter...
Eu antes quero andar. Assim sei que não vou demasiado longe. Já que quanto mais alto se sobe maior é a queda.
Vou me deixando conduzir, coleccionando sequelas, escrevendo sobre o que gostaria de saber.
Amando pouco e lentamente, saboreando cada momento.

Se o sol deixar de brilhar
Se a manhã não voltar quando a noite se for
As estrelas pelo céu hão-de iluminar
Aquilo que me falta para te encontrar

E se algum dia o sol voltar a brilhar
Sem que as estrelas se escondam pelo céu
Saberei que cresce em mim o desejo
Como o perdão para o pecado

Basta procurar uma forma de chegar
Deixar-me levar até onde estás
E assim saberei de forma clara
Que o degredo não é apenas para os infiéis.

Eu*